Especialistas discutem inovações e desafios da IA no diagnóstico e tratamento cardiovascular no Congresso SOCERGS 2024
A inteligência artificial (IA) está revolucionando a prática da cardiologia, trazendo avanços significativos que transformam a conduta médica e melhoram os desfechos clínicos. Com algoritmos sofisticados, a IA pode analisar grandes volumes de dados de maneira rápida e precisa, permitindo diagnósticos mais assertivos e personalizados. O tema foi abordado no Congresso SOCERGS 2024, em Gramado, durante uma sessão especial na tarde desta sexta-feira (11/10), sob a coordenação dos cardiologistas Adriano Nunes Kochi e Fernando Cenci Tormen. Eduardo Schlabendorff, diretor científico do Congresso SOCERGS 2024, destacou a importância de debater essa temática.
“Essas áreas despertam o interesse dos cardiologistas que desejam se aprofundar nelas, mas ainda não as implementaram em sua prática clínica”, relatou.
O cardiologista Álvaro Machado Rösler comentou sobre o que os médicos precisam saber em 2024 para se adaptarem às novas demandas da profissão. Cícero de Campos Baldin apresentou a realidade dos robôs preditores no atendimento ao paciente agudo, questionando se essa tecnologia é realmente viável ou apenas uma ficção científica. Gabriel Zago abordou como a inteligência artificial está revolucionando os exames de imagem intravascular. O convidado internacional, Peter Noseworthy, dos Estados Unidos, falou sobre a possibilidade de prever riscos de arritmias e disfunção ventricular por meio de ECG assistido por IA.
“Com o uso da IA, é possível extrair muito mais informações do que apenas identificar se o ECG é normal ou anormal. A tecnologia pode prever fatores como a fração de ejeção, a probabilidade de fibrilação atrial indetectada e condições cardíacas complexas, como a estenose aórtica e a amiloidose cardíaca. Sem dúvida, essa tecnologia está transformando o ECG em uma ferramenta mais poderosa e informativa para diagnósticos cardíacos avançados”, relatou.
Peter Noseworthy é médico e professor de Medicina, com vasta experiência na área de eletrofisiologia cardíaca. Atualmente, ocupa a posição de presidente da Divisão de Serviços de Ritmo Cardíaco na instituição onde atua, além de ser diretor médico de Desenvolvimento de Negócios.
Por fim, Murilo Foppa apresentou como a inteligência artificial pode melhorar a capacidade diagnóstica em métodos de imagem não invasivos, e Carisi Anne Polanczyk detalhou o Projeto iCardio, que utiliza dados de vida real para aprimorar a assistência cardiovascular no Sistema Único de Saúde.